A Alma do Homem Sob o Socialismo

Um amigo da faculdade me recomendou este livro, comprei e gostei. Por via das dúvidas eu não estou defendendo a ideologia desse escritor. Este eu recomendo.

Oscar Wilde, foi um grande romancista e dramaturgo inglês, marcou a cultura ocidental do final do século XIX, não apenas por sua obra elegante, vanguardista e original, mas especialmente, pelas suas idéias revolucionárias, sua conduta libertária e sua postura igualitária desprendida e muitas vezes escandalosa pela visão da sociedade daquela época.
Ele fala do socialismo como uma grande saída para a humanidade, desde que a individualidade seja mantida, e evidencia à autoridade de uma pessoa e muitas propriedades na mão de poucos como a procedência das deformações sociais.

Eu escolhi alguns trechos dessa obra na qual entendo como relevantes.

(...) As emoções do homem são despertadas mais rapidamente que sua inteligência; (...), (...) é bem mais fácil sensibilizar-se com a dor do que com a idéia.

(...) há de restituir à sociedade sua condição própria de organismo inteiramente sadio, e há de assegurar o bem-estar material de cada um de seus membros. Devolverá, de fato, à vida, sua base e seu meio natural.

(...) Se o Socialismo for Autoritário; se houver governos armados de poder econômico como estão agora armados de poder político; se, numa palavra, houver Tiranias Industriais, então o derradeiro estado do homem será ainda pior que o primeiro.

(...) é como aconselhar a um homem que esteja passando fome que coma menos.

(...) Numa sociedade como a nossa, em que a propriedade confere distinção, posição social, honra, respeito, títulos e outras coisas agradáveis da mesma ordem, o homem, por natureza ambicioso, fez do acúmulo dessa propriedade seu objetivo, e perseguirá sempre esse acúmulo, exaustivo e tedioso, ainda que venha a obter bem mais do que precise, possa usar ou desfrutar, ou mesmo que chegue até a ignorar quando possui.(...)

(...) Embora um crime possa não ser dirigido contra a propriedade, ele pode surgir da aflição, do ódio e da depressão causada pelo nosso injusto sistema de preservação da propriedade; e desse modo desaparecerá juntamente com esse sistema.

(...) A inveja, fonte extraordinária de crimes na vida moderna, é um sentimento estreitamente ligado à nossa concepção de propriedade.

(...) Até hoje o homem vem sendo, em certa medida, escravo das máquinas, e há algo de trágico no fato de que, tão logo inventou a maquina para trabalhar por ele, o homem tenha começado a passar fome.(...)

(...) sempre que uma sociedade, ou um poderoso segmento da sociedade, ou um governo de qualquer espécie, tenta impor ao artista o que ele deve fazer, a Arte desaparece por completo, torna-se uma forma de artesanato.

(...) No caso do drama, as coisas andam um pouco melhor: o público que vai ao teatro aprecia o óbvio, é verdade, mas não gosta do que é tedioso; (...) A única coisa de que o público não gosta é inovação. (...) O público não gosta de inovação porque a teme.

(...) Na arte, o público aceita o convencional por não poder alterá-lo, mas não porque o aprecie. (...) e já que não podem digeri-los a seu gosto, ruminam.

(...) A Própria violência de uma revolução pode tornar o público sublime e esplêndido por um momento. Foi um dia fatal aquele em que o público descobriu que a pena é mais poderosa que as pedras da rua, e que seu uso pode tornar-se tão agressivo quanto o apedrejamento.

(...) se a solidariedade na alegria causa mais alegria entre nós, a solidariedade na dor, por sua vez, não reduz o sofrimento do mundo.

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