Arquivo Interior

Comecei a revirar meu arquivo interior e cheguei a uma óbvia conclusão: Todos nós temos este arquivo interior, onde guardamos lembranças, sentimentos, alegrias, tristeza, momentos bons e ruins, magoa e perdão, perdas e ganhos, derrotas e vitórias.

Na verdade, eu comecei escrever essa postagem baseada neste título porque todos os dias eu sinto falta da minha mãe...


Relativamente, a vida segue seu caminho através das nossas escolhas e atitudes. Neste arquivo interior, guardo aquele último abraço que minha mãe me deu no dia do meu aniversário de 21 anos. Guardo aquela última visita que meu melhor amigo chegou de surpresa na minha casa. Guardo aquele dia que eu estava completando 13 anos e meu pai me chamou para passear, mas foi eu que fui dirigindo o carro pela primeira vez. Guardo a carta da minha melhor amiga que se mudou de cidade e mandou pelo correio uma carta dizendo que eu sou o melhor amigo do MUNDO. Guardo a sensação de ter amigos distantes, separados pela distância, mas interligados pelo elo da nossa amizade. Guardo a sensação do medo do dia que quase fui expulso da escola porque estava beijando uma menina na sala de aula. Guardo o arrependimento de não ter ajudado uma senhora a subir no ônibus quando eu tinha 14 anos. Guardo a aventura de ter roubado manga do vizinho quando eu tinha 8 anos. Guardo a sensação do meu primeiro beijo. Guardo aquele dia que eu combinei com o Rodrigo, Luan, Leandro, Paulinho e Júnior de ficarmos conversando em volta de uma fogueira até o dia amanhecer; Ficamos a noite inteira conversando - o tema das conversas sempre era as namoradas - grandes amigos. Guardo o amor que minha mãe tinha por mim enquanto em vida. Guardo a esperança que ela depositava em mim. Guardo o dia que eu estava doente e minha irmã veio cuidar de mim sem ficar olhando de cara feia. Guardo o dia que minha mãe fez aquele último bolo de cenoura com cobertura de chocolate com côco ralado naquela tarde de plena garoa do mês de outubro de 2003. Guardo aquele dia que eu tirei 2 na prova e minha mãe não brigou comigo, deu-me forças para superar aquela nota, cheguei em casa com a prova na mão e a nota era 10, foram muito abraços... e ela me disse: "Eu falei que você ía consegui". Guardo aquele dia que eu estava recebendo a boina de soldado no quartel, minha face demonstrava seriedade, mas por dentro estava pulando de alegria, um sentimento patriótico pelo meu país, e de rabo de olho olhei para minha mãe, e ela não parava de chorar, na hora pensei que ela estava chorando de orgulho e depois do hino ela realmente me falou que tinha orgulho de mim. Eu, como não sou de ferro, comecei a chorar também. Guardo a frase que minha mãe sempre falava "Dias melhores virão..."


Quardo muitos momentos, muitos são os momentos, que estão gravados neste arquivo de puras recordações...


[Esse título estava incomporado em uma frase que a Peka falou do nada e, essa frase ficou martelando até que resolvi escrever baseado neste título.]

Comentários